Tradução, organização e notas de Frederico Denez e Gustavo Capobianco Volaco
Aula 3
19 de Dezembro de 1978Preciso adverti-los de imediato que não farei meu seminário. Faço essa advertência porque em minha casa, está manhã, houve uma pane elétrica. As luzes, como se diz, quer dizer a luz elétrica, não se acendia mais. Naturalmente Glória, aqui presente, me ajudou, ela me trouxe um candeeiro, o que se chama em nossos dias de velas. O que é que Glória tem a ver com meu ensino, quer dizer, o que ensino este ano da topologia e do tempo? Ela me ajuda, ela me ajuda a cortar os barbantes quando tenho que fazer anéis de barbante. Os anéis de barbante, isso é teórico, eles tem relação com os círculos flexíveis e inclusive elásticos, isso se imagina. Mas a imaginação não vai muito longe.
A topologia é imaginário. Ela não tomou seu desenvolvimento mais que da imaginação. Há uma distinção que se deve fazer entre o imaginário e o que chamo o Simbólico. O Simbólico é a palavra. O imaginário é nisto distinto.
Existem superfícies que - ocasionalmente não tem borda. Um toro, por exemplo, é uma superfície sem borda. No entanto um toro pode ser achatado, e se o se achata forma uma superfície com bordas.
E é mesmo por isso que o toro pode servir para fazer uma banda de Moebius. Aqui está como se a desenha. Isso forma uma banda de Moebius, desde que achatada. Mas se pode inflar essa superfície, e nesse caso isso volta a ser um toro. Não é por isso que o toro e a banda de Moebius não são distintos. O que... (1)
(Os últimos minutos do seminário ficaram inaudíveis por ausência de som)